sábado, 16 de abril de 2011

O sonho do amanhã: canoenses aprovam estratégia para os próximos dez anos ao fim do 1º Congresso da Cidade

Foto: Ireno Jardim

A pergunta que acompanhou cada um dos participantes do 1º Congresso da Cidade desde o seu lançamento, há exato um ano, encontrou não apenas uma, mas milhares de respostas no decorrer do evento que finalizou no final desta tarde. Como deve ser a Canoas do futuro? - a questão crucial do planejamento da cidade – agregou a multiplicidade de expectativas e sonhos em forma de estratégia. Foram meses de intensos debates e valorosas trocas; foram reuniões, encontros, plenárias e rodas de conversa que culminaram na realização deste 1º Congresso da Cidade, criado para unir sociedade civil e poder público na construção do futuro da chamada Cidade do Avião.

A tarde desta sexta-feira, último turno do Congresso, iniciou com os Grupos de Trabalho, responsáveis por condensar as iniciativas e ações por temática. O debate aconteceu em salas de aula do Unilasalle, local que sediou o evento. Delegados e coordenadores dos GT's revisaram a pré-estratégia e incluiram alterações ou aditivos. Em uma destas salas, o GT 7 - Mobilidade, Circulação e Trânsito, parte integrante do eixo + Integrada, fomentava o debate sobre questões primordiais para uma cidade como Canoas, cortada pela linha do trem e pela famosa BR-116. Coordenado pelo secretário de Transportes e Mobilidade, Luiz Carlos Bertotto, o grupo incluiu o estudo de viabilidade de uma linha hidroviária, pela Praia do Paquetá, e reforçou a inclusão da acessibilidade universal para pessoas com deficiência nos ônibus - demanda proposta por um dos participantes, Adair José Bamburg.

Colaborando com a tarefa de pensar o desenvolvimento e o futuro do município, os palestrantes da tarde levaram cases que se assemelham à história vivida por Canoas. O prefeito de Diadema, em São Paulo, Mário Reali, socializou a implantação do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, enquanto Marcellin D'Almeida, diretor da Renovação Urbana da Plaine Commune, apresentou o processo realizado na região periférica da França. Reali ressaltou o entusiasmo com que vê a iniciativa de Canoas, que, segundo ele, mescla planejamento e participação da sociedade. “Temos semelhanças em Diadema e Canoas, são cidades por onde passam muitos carros, muitas pessoas”, dividiu ele, que é arquiteto e urbanista de profissão. Para Mário Reali, planejamento é construir consensos, expressando os conflitos e pactuando como vai se dar o processo.

O caso da região de Diadema
Com 385 mil habitantes, Diadema fica na região metropolitana de São Paulo e, conforme Reali, enfrenta problemas de saneamento e mobilidade. A iniciativa da criação do Consórcio foi do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, época em que os problemas das cidades do ABC paulista não se resolviam nas próprias cidades. “Tínhamos que recuperar o protagonismo para mudar e desenvolver a região, não poderíamos resolver no âmbito local”, contextualizou. O prefeito de Diadema ainda falou da criação do Fórum de Cidadania do ABC, da Câmara Regional do ABC, e do 1º Planejamento Regional Estratégico, solução que resultou em diversos acordos e ações. Entre eles, Reali destacou o Movimento de Alfabetização – MOVA, que passou os índices de analfabetismo de 14% para 5%, o programa Criança Prioridade 1, que envolve Conselhos Tutelares, além do Plano de Macrodrenagem e da expansão do Polo Petroquímico.

A experiência da França
Representando a organização Plaine Commune, que desenvolve projetos em áreas de grande concentração urbana na França, Marcellin D'Almeida iniciou sua fala apoiando a manifestação de democracia participativa que viu no 1º Congresso da Cidade. Posteriormente, fez a apresentação da história do Plaine Commune, iniciada em 1980, depois do abandono da zona industrial da região durante os anos 60 e 70. De acordo com D'Almeida, foi a vontade de três prefeitos que deu início ao movimento, através da criação de um sindicato intermunicipal chamado Plaine Renaissance, para fazer estudos urbanos e elaborar um projeto de desenvolvimento, mobilizando diferentes atores.

Marcellin também apontou os números da experiência do Plaine Commune. São 350 mil habitantes, 130 mil empregos, 25 mil desempregados, 138 mil moradias, sendo 6 mil moradias insalubres, e 12 mil pedidos de moradia social, em espera. Entre os principais obstáculos enfrentados no país da Europa, indicou o francês, estão o desemprego e as solicitações para as moradias sociais. Mantidas as diferenças sociais e culturais, são problemáticas também conhecidas no histórico do Brasil.

O sonho da Canoas do futuro
O prefeito Jairo Jorge, ao agradecer a todos os convidados que enriqueceram o debate com suas experiências vividas em diferentes lugares do mundo, pontuou que os problemas que afligem Canoas não são exclusivos daqui, transcendem as fronteiras. Para Jairo, o Congresso é um processo de resgate da história e das lembranças do município. “Falamos de sonho aqui, tomando nas mãos o nosso futuro”, colocou ele. O secretário de Relações Institucionais, Mário Cardoso, compartilhou a ideia de criação do 1º Congresso da Cidade, sustentado por dois elos: a participação efetiva da sociedade canoense e o debate com conteúdo, com profundidade.

As propostas levantadas durante todas as etapas do evento foram levadas à plenária e votadas, temática por temática. Por unanimidade, foi aprovada então a Estratégia da Cidade 2011 – 2021, com 43 iniciativas e 104 ações. Construídas coletivamente, por muitas mãos e mentes, o documento final desenha os próximos anos da cidade, com planos de crescimento no campo social, cultural e econômico. Foram mais de 600 delegados incidindo efetivamente no planejamento, representando os moradores de Canoas e fazendo o grande exercício de cidadania.

Ao final deste que foi o 1º Congresso da Cidade, Canoas escreve mais uma página da sua história e dá passos largos rumo ao seu próprio futuro. Simbolizando as sete décadas de vida, 70 crianças da rede municipal de ensino, somadas à menina Natália, que escreveu uma redação sobre o Congresso e representou mais um ano da cidade, totalizando os 71 anos de sua emancipação, fizeram a entrega dos certificados aos delegados. O momento, emocionante, teve seu ápice com a apresentação do grupo Tholl. A trupe circense de Pelotas encerrou o evento encantando os participantes com toda sua arte, coroando o fechamento desse importante marco para a cidade e brindando os novos tempos de Canoas.

Amanda Utzig Zulke

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Novos passos após o 1º Congresso da Cidade

O prefeito Jairo Jorge disse hoje, no segundo dia do 1º Congresso da Cidade, que irá mandar à Câmara de Vereadores emenda à Lei Orgânica para a institucionalização do Congresso como instrumento de planejamento da cidade. Além disso, o evento estará conectado ao Plano Plurianual (PPA). Também será criado observatório para que a população faça um balanço anual das ações aprovadas no 1º Congresso da Cidade e daqui há cinco anos haverá uma conferência também para avaliar as ações de Estratégia de Cidade.

Daiane Poitevin

Acessibilidade para todos

À direita na foto, no palco, tradução
simultanea em Libras. Foto: Paula Vinhas
Um dos fatos que mais chamou a atenção durante os dois dia de atividades do 1º Congresso da Cidade foi a acessibilidade de informações para todos os participantes, independente de deficiência ou não. Todas as palestras e discursos tiveram a tradução simultânea em Libras, para os participantes com deficiência auditiva. Além disso, diversos cadeirantes assistiram as atividades, sempre próximos ao palco, demonstrando que não há barreiras para aqueles que querem contribuir para o futuro de Canoas.

Daiane Poitevin

Participação popular chama atenção dos palestrantes do 1º Congresso da Cidade

A manhã desta sexta-feira, segundo e último dia de atividades do 1º Congresso da Cidade, reuniu cinco palestrantes no Unilasalle, no Centro de Canoas. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, fez a abertura do evento. Também compareceram o deputado federal Fernando Marrone e a deputada estadual Miriam Marrone, o prefeito Jairo Jorge, a vice-prefeita Beth Colombo e o secretário de Relações Institucionais, Mário Cardoso. À tarde, os 608 delegados eleitos pela comunidade canoense irão debater e aprovar a Estratégia de Cidade para os próximos 10 anos.

A primeira a falar foi a vice-prefeita. Ela fez um discurso emocionado, lembrando a presença do ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Antanas Mockus, na noite de ontem. “Ontem a gente viu se materializar aqui aquele que transformou Bogotá e hoje a gente olha para ti, prefeito Jairo Jorge, e vê que tu mudastes Canoas, principalmente na área de segurança. Tu dissestes que faria as mudanças e fez”, destacou. Segundo Beth, com o 1º Congresso da Cidade Jairo valoriza a comunidade canoense. “Tu chamas teu povo para ser teu conselheiro. O ano de 2021 não será feito pelo Jairo, pela Beth ou por sua equipe de trabalho, mas pelo seu povo”.

Para a deputada Miriam, Canoas é um dos municípios mais lembrados nos ministérios, devido a suas melhorias em diversas áreas. “O Congresso é uma ferramenta tão importante que oportuniza a população planejar seu futuro”. O deputado federal Marrone, disse que “pensar uma cidade para daqui a 10 anos significa pensar o futuro, com a participação cidadã neste processo”.

PAPEL DO CONGRESSO:

Maria do Rosário abriu o segundo dia do Congresso salientando a parceria do prefeito Jairo e da vice Beth para a unidade de Canoas. Antes de marcar presença no evento, ela visitou o gabinete do prefeito Jairo Jorge. “O Congresso trata de planejar. Ao longo da história do Brasil, planejar não é referência do poder público. Ter metas, estabelecer referências e indicadores não é característica do Estado ou do Brasil, em qualquer esfera”.

De acordo com ela, as cidades estão em constante modificação, jamais estão consolidadas. Maria do Rosário explica que planejar uma cidade passa pelos direitos humanos. “Os espaços de um cidade devem estar acessíveis a todas as pessoas, independente se elas têm algum tipo de deficiência ou não. E isso se faz com vontade política”.

Ao final do discurso, o prefeito Jairo Jorge entregou à ministra uma lembrança da cidade e o livro do Estado da Cidade. O material também foi oferecido ao deputado federal Fernando Marrone e a deputada estadual Miriam Marrone.

ESTADO DA CIDADE:

O prefeito Jairo Jorge apresentou o livro Estado da Cidade – Um retrato de Canoas, com diferentes indicadores do município. “O material busca avaliar a cidade e não um governo”, afirmou. A coordenação do trabalho ficou por conta do Instituto Canoas XXI, implantado em 2009. Além disso, os dados foram analisados por técnicos especialistas das três universidades instaladas em Canoas: Ulbra, Uniritter e Unilasalle.
Os indicadores abrangem as áreas de Saúde, Educação, Segurança, Cultura, Infraestrutura, Meio Ambiente, Habitação, Emprego e Renda, Economia, Cidadania, População e Território. Todos os delegados receberam um exemplar. Segundo Jairo, todo o dia 14 de abril será lançado material similar. A data foi escolhida por que marca o início do povoamento de Canoas, em 1874, com a instalação da estação ferroviária Capão das Canoas, onde hoje está localizada a Fundação Cultural.

PAINEL: CIDADES – TENDÊNCIAS 2011-2021:

A manhã desta sexta-feira, dia 15, foi dedicada a explanação de quatro painelistas, que abordaram o tema Cidades – Tendências 2011-2021. A moderação ficou por conta do prefeito Jairo Jorge. Os convidados foram: Marcio Pochmann (presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA), José Vicente de Freitas (coordenador da Agenda 21 Brasileira), Wrana Panizzi (professora da Ufrgs, atua na área de Planejamento Urbano e Regional) e Giuseppe Cocco (professor da UFRJ e especialista em Desenvolvimento Urbano e Regional).

Pochmann falou sobre o papel das cidades desde antes dos anos 80, quando os municípios eram despreparados para abrigar as pessoas que saíam do campo, até os dias atuais. Segundo ele, as cidades cresceram, mas seus governantes não respeitaram o meio ambiente, prejudicando o desenvolvimento futuro. O convidado disse que planejar uma cidade hoje para daqui a 10 anos não deve esquecer que até lá a população estará mais idosa, o que acarretará em melhorias na mobilidade. Outro desafio é que as fontes de riqueza estão mudando. Sem contar a mudança no trabalho e a necessidade constante de estudar para qualificar. Hoje, conforme ele, não há necessidade de estar em determinado para trabalhar, assim como não há horário para cumprir e a jornada de trabalho foi estendida. “Canoas não está tendo medo de preparar o seu futuro”.

Freitas salientou que o grande desafio hoje no âmbito gaúcho é consertar um novo projeto de desenvolvimento, mediado pela questão da sustentabilidade, utilizando mecanismos de democracia participativa. Além disso, é necessário reduzir a desigualdade e eliminar a miséria absoluta. “Para resolver isso é necessário poder discutir o futuro, mediado pela discussão com a sociedade, pensando propostas a partir da avaliação de indicadores e sua execução depende de esforços conjuntos”. Para ele, a Estratégia de Cidade merece o selo de Agenda 21.

A professora Wrana salientou que “admira uma cidade que pára para discutir e pensar seu futuro”. De acordo com ela, os canoenses querem para o futuro da cidade coisas muito concretas como instalação de teatro, piso diferenciado no Calçadão, saneamento, mais escolas de educação infantil. “Mas para isso é preciso olhar a cidade no seu sentido mais amplo e essa tarefa não é fácil para um prefeito. Sem contar que uma cidade como Canoas exige um novo tipo de gestão, com clareza de estratégias, pois hoje um problema não deve ser resolvido por apenas uma secretaria, mas por um coletivo”.

Cocco fechou o painel salientando a reação entre a cadeia produtiva, novas tecnologias e produção de conhecimento. “As mudanças deflagradas em uma nova economia de mercado inclui a relação fábrica versus comunidade e a reestruturação do tecido social”.
 Conforme ele, o desafio das cidades é consolidar a participação e a mobilização popular. Falou ainda que Canoas “é o fruto de um planejamento funcional, que se organizou em torno da razão instrumental, com linhas férrea e rodoviária”.
 VISÃO GERAL – PROPOSTA DE ESTRATÉGIA DA CIDADE DE CANOAS 2011-2021:
Após o painel, o diretor da Agência Futuro, Gustavo Grisa, abordou a Visão Geral – Proposta de Estratégia da Cidade de Canoas 2011-2021, que destacou o processo de construção coletiva que formula a seguinte questão: O que é mais importante para Canoas? “A resposta será extraída através da Estratégia que está sendo montada aqui no Congresso”, falou. Ele também observou que o 1º Congresso da Cidade de Canoas é a estratégia mais completa de participação feita no Brasil.  
Daiane Poitevin

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Primeiro dia do Congresso da Cidade aborda importância da integração comunidade e poder público

Foto: Paula Vinhas
Olhar o futuro, integrando sociedade civil e poder público, é essencial para o desenvolvimento. Este foi o discurso principal dos palestrantes do primeiro dia de atividades do 1º Congresso da Cidade, realizado no Unilasalle. O governador do Estado, Tarso Genro, e o ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Antanas Mockus, foram os convidados especiais desta quinta-feira, dia 14. As atividades prosseguem amanhã, a partir das 8h30. Na oportunidade, os 608 delegados eleitos pela comunidade canoense discutirão e votarão a Estratégia de Cidade para os próximos 10 anos.

Tarso e o prefeito Jairo Jorge concederam entrevista coletiva à imprensa antes do inicio da atividade. Na ocasião, Jairo destacou quais os principais desafios enfrentados por Canoas, com destaque para as áreas de mobilidade, saúde e segurança. Segundo ele, a Estratégia de Cidade traçada durante o Congresso serão reavaliadas em 2016. Além disso, a ideia do prefeito é encaminhar as propostas à Câmara de Vereadores para que elas façam parte da Lei Orgânica do Município. O governador lembrou do primeiro Congresso da Cidade implantando em 1996, em Porto Alegre. Destacou que uma coisa é o processo eleitoral e outra coisa é gerar um vínculo entre os governos e a sociedade. “É a cidadania expressa de maneira politizada”.

A apresentação do evento ficou por conta do jornalista Sérgio Stock. Na abertura, estavam presentes ainda o reitor do Unilasalle, Paulo Fossati, o vereador Ivo Fiorotti, representando a Câmara Municipal, e o deputado estadual Nelsinho Metalúrgico, representando o presidente da Assembleia Legislativa. Todos eles falaram da importância da realização do Congresso e da participação da população no futuro de Canoas. O prefeito deu as boas-vindas aos participantes falando que a história de Canoas não é feita somente de lutas e desafios, mas de negligências e omissões, o que prejudicou o seu desenvolvimento. “Nós amamos Canoas e temos orgulho de ser canoense. Nos orgulhamos de construir uma cidade democrática e participativa, com a cultura da corresponsabilidade, dando sentido e responsabilidade às ações governamentais”.

Jairo destacou ainda o sistema de participação popular implantado no município desde 1º de janeiro de 2009. E adiantou que no início de maio outra ação de participação estará em atividade na cidade: o Ágora Virtual, uma ferramenta para as pessoas que utilizam a internet. “Será a superação dos limites. Daremos voz e vez a milhares de indivíduos”, afirmou. Em relação ao Congresso, Jairo lembrou dados importantes envolvendo o um ano de preparação do evento, tais como: a participação de 3.820 pessoas nas ações, a eleição de 608 delegados, a realização de 55 reuniões públicas e quatro plenárias nos quatro quadrantes, que receberam 1,4 mil pessoas, a apresentação de 273 sugestões e 104 ações, entre outros. “Não se trata de um programa de governo, mas de um projeto de cidade aprovado pelos canoenses. Não é uma cidade imaginária, mas uma cidade real, fruto de nossas escolhas e sonhos. O Congresso é o primeiro passo de um caminho novo para a nossa querida Canoas”.

PALESTRA DE ABERTURA:

A palestra de abertura foi realizada pelo governador Tarso Genro. Conforme ele, o 1º Congresso da Cidade de Canoas é um “momento de reflexão, de inovação”. Para ele, o evento servirá para os canoenses pensarem mais além sobre o que poderão fazer para a cidade ser melhor. “Todas as ações de um governo devem ser legitimadas, combinando a democracia representativa com a democracia direta, pois ó isso salvará a democracia que está em crise”, salientou. Tarso fez questão de dizer que os governos precisam enfrentar três dificuldades para realizar as verdadeiras reformas. São elas: dificuldades financeiras e econômicas dos países, disputas de ideologia política e a crise da democracia.

GESTÃO TRANSFORMADORA – A EXPERIÊNCIA DE BOGOTÁ:

O ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Antanas Mockus, explicou como Bogotá foi transformada em um local feio para uma cidade correta e charmosa, através de uma gestão que contou com a participação popular. Ele afirmou que não havia recursos para investimentos, mas que foram criadas maneiras de transformar um sonho em realidade, ainda no primeiro ano de governo. Mockus comparou o desenvolvimento de uma cidade a um bebê que não nasce falando, mas que vai aprendendo com a ajuda da mãe e do pai.

O palestrante disse que uma das principais ações realizadas em Bogotá, que é um exemplo mundial na redução de homicídios em um curto espaço de tempo com a implantação da polícia comunitária, é o alinhamento das regras formais (normas legais) com as regras informais (normas morais e sociais). “Se os cidadãos se envolvem (nas ações do poder público) e se reconhecem eles enfrentam as transgressões e tentam pacificamente corrigi-las”, sintetizou.

Ao final da palestra, o secretário municipal de Relações Institucionais, Mário Cardoso, coordenou as perguntas dos delegados a Mockus. Após, Cardoso explicou como será o segundo dia do 1º Congresso da Cidade e a programação desta sexta-feira. A apresentação do Estado da Cidade, que apresentará os índices de Canoas, foi transferida para amanhã. O prefeito Jairo Jorge fez a entrega do livro Estado da Cidade para o governador Tarso Genro e para o ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus.

PROGRAMAÇÃO:

15/04 – Sexta-feira

08h30: Credenciamento

9 horas: Palestra de abertura – ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Apresentação do Estado da Cidade, com o prefeito Jairo Jorge

9h10: Painel: Cidades – Tendências 2011 – 2021. Moderador: Prefeito Jairo Jorge. Palestrantes: Márcio Pochmann, presidente do IPEA; José Vicente, coordenador Agenda 21 Brasileiira; Wrana Panizzi, professora da UFRGS, atua na área de Planejamento Urbano e Regional; Giuseppe Cocco, professor da UFRJ e especialista em Desenvolvimento Urbano e Regional

10h50: Visão Geral – Proposta da Estratégia da Cidade de Canoas 2011 – 2021, com Gustavo Grisa, diretor da Agência Futuro

11h20: Análise e Destaques em Grupos de Trabalho: + Sustentável, + Humana, + Integrada, + Inovadora e + Próspera – Comissão Organizadora
13 horas: Almoço

14 horas: Atividade Cultural, com o Grupo Art & Dança

14h10: Cases: Consórcio Intermunicipal Grande ABC e Cooperação Intermunicipal – norte de Paris. Palestrantes: Mário Reali, prefeito de Diadema/SP e presidente do Consórcio Intermuniciopal Grande ABC e Marcellin D´Almeida, diretor da Renovação Urbana da Plaine Commune

15h40: Aprovação Geral da Estratégia da Cidade – Comissão Organizadora

17 horas: Entrega dos Certificados – Prefeito Jairo Jorge e convidados

17h30: Atividade Cultural – Grupo Tholl – trupe circense de Pelotas

Daiane Poitevin


1º Congresso da Cidade começa hoje

Entre hoje e amanhã, os 608 delegados do 1º Congresso da Cidade, escolhidos pela comunidade definirão a Estratégia de Cidade para os próximos 10 anos. São ações de curto, médio e longo prazo para melhorar a qualidade de vida de Canoas e dos seus moradores. O primeiro dia de atividades começa a partir das 19 horas de hoje, no Unilasalle, no Centro, com a presença do governador do Estado, Tarso Genro. Após será a vez do ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Antanas Mockus, falar sobre a Gestão Transformadora – A experiência de Bogotá.

PROGRAMAÇÃO:

14/04 – Quinta-feira

17h30: Credenciamento
18h30: Coletiva com o governador Tarso Genro
19 horas: Palestra de abertura - Participação Cidadã e o Futuro das Cidades, com o governador Tarso Genro
19h30: Gestão Transformadora – A experiência de Bogotá, com o ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Antanas Mockus
20h30: Perguntas e respostas para o palestrante – secretário de Relações Institucionais, Mário Cardoso
21 horas: Programação do Congresso - secretário de Relações Institucionais, Mário Cardoso
21h15: O Estado da Cidade e Convite para o 2º dia – Prefeito Jairo Jorge

Daiane Poitevin

Sistema de participação desperta atenção de francês



Marcellin (à esquerda) com o secretário
de Relações Institucionais, Mário Cardoso. Foto: Paula Vinhas
O sistema de participação implementado pela Prefeitura de Canoas, integrado por vários canais de interação popular, despertou a atenção do francês Marcellin D’ Almeida, representante da organização Plaine Commune.
Durante reunião com a equipe coordenadora do 1.º Congresso da Cidade, no início da tarde desta quarta, 13, Marcellin elogiou a dinâmica de organização do orçamento público do município e o processo de preparação desse evento. Acompanhado da assessora de Cooperação Internacional da Prefeitura de Canoas, Deise Martins, e da tradutora Márcia Rosier, Marcellin tem participado de um circuito de reuniões em secretarias e outros órgãos da gestão.
Recebido pelo titular da Secretária Municipal de Relações Institucionais (SMRI), Mário Cardoso, que também preside a equipe diretiva do Congresso. Na ocasião, ele conheceu a organização do sistema de participação do municipípio, composto por canais principais (Prefeitura na Rua, Audiências Públicas, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Plenárias de Serviços e Orçamento Participativo). Atento, Marcellin pediu detalhes e fez comentários sobre os projetos da administração municipal. “Vocês estão conseguindo amarrar bem esse processo, incorporando a população em suas decisões”, avalia.
Também foi apresentado ao convidado francês uma exposição sobre o processo de construção do 1.º Congresso da Cidade, que tem envolvido oito estágios de formulação, com reuniões, seminários e plenárias que já envolveram cerca de 3.500 participantes. “Teríamos dificuldade para mobilizar tantas pessoas quanto vocês o fizeram”, analisa Marcellin.
Políticas de segurança Pública
Após a reunião com a equipe da SMRI, Marcellin esteve na Secretaria Municipal de Segurança Pública e Cidadania, onde foi recebido pelo secretário adjunto, Túlio Moreira. Na ocasião, ele conheceu os projetos desenvolvidos na área de prevenção e as ações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), executadas pela Prefeitura de Canoas.
Na tarde desta sexta-feira, 15, o visitante francês atua como painelista convidado neste 1.º Congresso da Cidade. Na oportunidade, ele deve fazer uma exposição sobre o Plaine Commune, acentuando propostas e caminhos convergentes com a experiência desenvolvida em Canoas.
O que é a Plaine Commune?
A Plaine Commune é uma organização francesa pioneira, que desenvolve projetos em áreas de grande concentração urbana. Para isso, atua em uma dinâmica intercomunitária, que mobiliza comunidades de Paris, com projetos sociais encabeçados pela prefeitura de cada cidade e vinculados às escolas locais. Representantes desta organização já haviam visitado a cidade em agosto de 2010, ocasião em que conheceram os projetos do Território de Paz Guajuviras.

Ronaldo M. Botelho

Currículo resumido

Marcelin D´Almeida (foto acima, com o secretário municipal de Relações Institucionais, Mário Cardoso)

Engenheiro e arquiteto, foi Diretor de Planejamento Urbano e Habitação na cidade de Montreuil, na região de Paris. Atualmente é Diretor de Renovação Urbana e Política da Comunidade de Aglomeração Plaine Commune. Como membro do Conselho Diretor, participa dos projetos referentes às questões de renovação urbana e política da Plaine Commune, comunidade de administração territorial criada no ano 2000 que reúne 8 municípios na região ao Norte de Paris, com um total estimado em 350 mil habitantes.

Daiane Poitevin

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Currículo resumido

ANTANAS MOCKUS SIVICKAS

Mestre em Filosofia da Universidade Nacional da Colômbia, Maîtrise en Sciences Mathématiques da Universidade de Dijon França e Doutor Honoris Causa da Universidade de Paris VIII e da Universidade Nacional da Colômbia. Entre 1991 e 1993 foi Reitor da Universidade Nacional da Colômbia, Professor Associado da Faculdade de Ciências e pesquisador da Faculdade de Ciências e do Instituto de Estudos Políticos e Relações Internacionais (IEPRI) da mesma Universidade.

Prefeito de Bogotá em dois períodos: 1995- 1997 e 2001-2003. Em ambos os governos desenvolveu com sucesso o enfoque de cultura cidadã, diminuindo em mais de 40% os homicídios e as mortes por acidentes de trânsito, conseguiu que 63.000 famílias pagassem 10% mais de impostos de maneira voluntária.

Professor convidado da Universidade de Harvard, Professor visitante no David Rockefeller Center for Latin American Studies em 2004. Pesquisador visitante na Universidade de Oxford no primeiro semestre de 2005.

Candidato a presidência da Colômbia em 2006 e em 2010. Presidente da Corporação Visionários por Colômbia.

Daiane Poitevin

Currículo resumido

Mário Wilson Pedreira Reali

Prefeito de Diadema-SP

Mário Reali é arquiteto e urbanista. Formou-se pela FAU-USP há mais de 20 anos, tendo participado da luta pelo fim da ditadura militar. No início dos anos 80, integrou o Galpão, uma cooperativa de arquitetos que se tornou símbolo de sua geração na Vila Madalena, em São Paulo. Ao mesmo tempo, começou a atuar no PT. Em 1989, foi chamado por Filippi, na época secretário de obras, para trabalhar na prefeitura de Diadema.

De 1993 a 1996, Mário Reali, já morador de Diadema, foi secretário no primeiro governo do prefeito Filippi. Depois, de 1997 a 1999, foi secretário de obras da prefeita Maria Inês, em Ribeirão. Quando Filippi foi deputado estadual, em 1999 e 2000, Mário Reali foi seu chefe de gabinete. Nas eleições de 2000, coordenou a campanha vitoriosa de Filippi para a prefeitura de Diadema. Em 2001 e 2002, foi presidente da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema).

Ao longo de sua trajetória, Mário Reali coordenou programas de pavimentação, drenagem, iluminação pública, urbanização de favelas, e a construção de conjuntos habitacionais, escolas e postos de saúde. Dessa maneira, tornou-se um dos mais destacados técnicos do PT nas áreas de planejamento urbano, obras, saneamento e meio ambiente. Mário Reali é arquiteto e urbanista. Formou-se pela FAU-USP há mais de 20 anos, tendo participado da luta pelo fim da ditadura militar. No início dos anos 80, integrou o Galpão, uma cooperativa de arquitetos que se tornou símbolo de sua geração na Vila Madalena, em São Paulo. Ao mesmo tempo, começou a atuar no PT. Em 1989, foi chamado por Filippi, na época secretário de obras, para trabalhar na prefeitura de Diadema.

De 1993 a 1996, Mário Reali, já morador de Diadema, foi secretário no primeiro governo do prefeito Filippi. Depois, de 1997 a 1999, foi secretário de obras da prefeita Maria Inês, em Ribeirão Pires.

Quando
Filippi foi deputado estadual, em 1999 e 2000, Mário Reali foi seu chefe de gabinete. Nas eleições de 2000, coordenou a campanha vitoriosa de Filippi para a prefeitura de Diadema. Em 2001 e 2002, foi presidente da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema).

Ao longo de sua trajetória, Mário Reali coordenou programas de pavimentação, drenagem, iluminação pública, urbanização de favelas, e a construção de conjuntos habitacionais, escolas e postos de saúde. Dessa maneira, tornou-se um dos mais destacados técnicos do PT nas áreas de planejamento urbano, obras, saneamento e meio ambiente.


Daiane Poitevin

Currículo resumido

Giusepp Mario Cocco
Possui graduação em Sciences Politiques - Universite de Paris VIII (1984), graduação em Scienze Politiche - Università degli Studi di Padova (1981), mestrado em Science Technologie et Société - Conservatoire National des Arts et Métiers (1988), mestrado em História Social - Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne) (1986) e doutorado em História Social - Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne) (1993). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro da Pós-Graduação da Escola de Comunicação e do Programa em Ciência de Informação (Facc-Ibict), Pesquisador 1 do CNPq, Cientista do Nosso Estado (Faperj), é editor das revistas - Global Brasil, - Lugar comum (1415-8604) e - Multitudes (Paris) (0292-0107). Coordena as coleções <> (ed. DP&A) e << A Política no Império>> (Civilização Brasileira). Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Política Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: trabalho, comunicação, globalização, cidade, fordismo e cidadania.Publicou com Antonio Negri o livro GlobAL: Biopoder e lutas em uma América Latina globalizada, (Record:2005). O último livro publicado é MundoBRaz: o devir Brasil do mundo e o devir mundo do Brasil (Record, 2009).
Daiane Poitevin

Currículo resumido

Wrana Maria Panizzi
Doutora em Urbanismo pela Universite de Paris XII, em Cretéil, e na área de Ciências Sociais pela Universite de Paris I, em Pantheon-Sorbonne, França. Nascida em Marcelino Ramos e criada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, sua formação acadêmica iniciou-se com a licenciatura em Filosofia, passando para o bacharelado em Direito, o mestrado em Planejamento Urbano e Regional na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), até sua ida para a França. Atuando principalmente na área de planejamento urbano, Wrana Panizzi traçou sua trajetória acadêmica em sintonia com o magistério público, como professora, pesquisadora e orientadora. Ainda em Passo Fundo, no final dos anos 60 tornou-se professora do 1º e 2º graus (hoje ensinos Fundamental e Médio). Em 1976 foi contratada pela UFRGS como professora visitante. Desde 1990 é professora titular do departamento de Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura da universidade. Sua intensa atuação a levou ao cargo de reitora da UFRGS de 1996 a 2000 e depois reeleita para o período de 2000 a 2004.
Também atuou como presidente do Consejo Universitario Iberoamericano (CUIB), do Fórum das Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio Grande do Sul, e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). Foi ainda Membro da Associação de Universidades do Grupo Montevidéo (AUGM) e do Grupo Executivo Reforma Ensino do Ministério da Educação.
Na área de pesquisa, a professora Panizzi foi pesquisadora e consultora do CNPq, atuando como coordenadora do Comitê Assessor de Ciências Sociais Aplicadas. Foi também membro do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e presidiu a Fundação de Economia e Estatística (FEE/RS) de 1989 a 1991. Possui diversos livros e artigos, nacionais e internacionais, publicados na área de educação superior e universidade e sobre planejamento urbano e regional, cidades e metrópoles. Orientou e participou de várias bancas de defesa de teses de doutorado e mestrado na área dos estudos urbanos. Sua significativa força acadêmica a condecorou como Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo Presidente da República do Brasil em janeiro de 2002, e da Ordem Militar do Exército Nacional, pelo Exército Brasileiro, em 1999. Foi premiada pela UNESCO, com o Prêmio Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, em 2001, e pelo Sinpro/RS com o Prêmio Educação RS 2004. Entre as homenagens recebidas, estão os títulos de Cidadã de Porto Alegre, em 1998, a Medalha Cidade de Porto Alegre, em 2001, o Prêmio de Mulher Cidadã na categoria Profissionalização e Emprego, em 2002, e na categoria de Educação, em 2004, pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Wrana Panizzi recebeu ainda a Medalha de Serviços Distintos, concedida pela Brigada Militar do Estado, a Medalha Negrinho do Pastoreio, em 2000, e foi também condecorada pela Ordem do Ponche Verde, Grau Oficial, em 2004, todas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. E, pelo Governo do Estado de Minas Gerais, recebeu a Grande Medalha da Inconfidência, em 2004.
Daiane Poitevin